O mundo do samba está fervendo — e não é por causa dos tamborins. A substituição de Paolla Oliveira por Virgínia Fonseca como rainha de bateria da Grande Rio para o carnaval de 2026 vem agitando não só os bastidores da escola, mas também as redes sociais. Em meio a críticas, elogios e muito debate, uma coisa ficou clara: Paolla mostrou, mais uma vez, porque é admirada dentro e fora da avenida.

Durante uma entrevista ao programa TV Fama, exibida em 15 de julho de 2025, Paolla falou abertamente sobre sua sucessora. Questionada se estaria presente para passar a coroa no próximo desfile, respondeu com elegância: “Tudo que a Grande Rio me pedir, estarei lá para fazer direitinho, bonitinho, como manda o figurino.” A resposta, simples e sincera, caiu como um acalanto para os fãs da atriz, que reinou absoluta por sete anos na escola de Duque de Caxias.

Mais do que apenas uma resposta diplomática, a fala de Paolla demonstrou um profundo respeito pela Grande Rio, onde construiu uma trajetória marcante e apaixonada. Mesmo sem esconder certa emoção, ela manteve uma postura colaborativa, reforçando que sua ligação com a escola vai muito além do cargo de rainha.

Ao ser pressionada sobre dicas que poderia dar a Virgínia, Paolla preferiu a cautela: “Ainda não pensei em nada, vou refletir sobre algo que faça sentido.” A declaração mostrou que, embora não esteja apressada em oferecer conselhos, está aberta a ajudar — desde que seja de maneira autêntica.

A escolha de Virgínia Fonseca, influenciadora digital com mais de 53 milhões de seguidores, como nova rainha de bateria, causou polêmica. Muitos fãs tradicionais do samba questionaram a decisão, alegando que a jovem não tem ligação com o ritmo nem vivência nas quadras. Alguns chegaram a comentar nas redes sociais da escola frases como: “Estão destruindo o carnaval” e “Vergonha total”. As críticas se intensificaram após o primeiro ensaio de Virgínia, com muitos apontando falta de preparo e conexão com o samba.

Por outro lado, a diretoria da Grande Rio parece apostar no alcance digital da influenciadora como uma maneira de renovar o público e atrair a juventude para o samba. O presidente Milton Perácio elogiou a nova rainha durante o lançamento do enredo 2026, reforçando o apoio institucional à escolha.

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A própria Virgínia se mostrou grata pela oportunidade. Em sua primeira aparição oficial na quadra, declarou: “Cheguei tímida, com vergonha, mas logo logo me soltei e recebi muito carinho.” A influenciadora está ciente do desafio que enfrenta e, aos poucos, tenta conquistar o respeito de uma comunidade exigente.

A transição marca o encontro de duas gerações e formas distintas de representar o samba: de um lado, Paolla, com trajetória sólida no carnaval e reconhecida por sua dedicação e presença vibrante na avenida. Do outro, Virgínia, que chega com fôlego novo, influência nas redes e um público jovem que talvez nunca tenha prestado atenção em um desfile antes.

Essa mudança reflete um dilema maior: tradição versus modernidade. Para alguns, a presença de uma influenciadora no cargo é sinônimo de comercialização do carnaval. Para outros, é uma oportunidade de inclusão e atualização de uma festa que precisa se reinventar para sobreviver.

Nesse cenário, o apoio de Paolla Oliveira tem um peso gigantesco. Sua postura madura, leal e respeitosa pode funcionar como ponte entre os dois mundos. Ao não alimentar rivalidades e, ao contrário, se mostrar aberta ao novo, a atriz transmite uma mensagem poderosa: o carnaval é feito de paixão, e a paixão pode se expressar de várias formas.

No fim, o sucesso de Virgínia como rainha dependerá não só do seu esforço pessoal, mas também da disposição do público em dar uma chance ao novo. Enquanto isso, Paolla, com sua saída generosa e elegante, sela sua passagem pela Grande Rio com a mesma grandeza com que brilhou na avenida.