Durante nove longos anos, Amaka assistiu outras mulheres embalarem seus bebês com os olhos cheios de desejo e o coração apertado. Ela sorria para os filhos dos outros, mas chorava sozinha à noite. Cada gravidez terminava em luto. Cada bebê enterrado aumentava a dor. No total, foram nove filhos. Nove pequenos túmulos. E duas vezes, o amor que ela acreditava ser eterno se transformou em abandono.

Amaka era apenas uma jovem de 20 anos quando se casou pela primeira vez com Ebuka, um agricultor bondoso. Sua beleza encantava o vilarejo inteiro: pele lisa como leite fresco, olhos brilhantes e um sorriso que iluminava qualquer lugar. Por anos, ela se dedicou a ser a esposa ideal, mas não conseguia engravidar.

Quando finalmente conseguiu, sua alegria foi esmagada pela tragédia: Chinaza, sua primeira filha, morreu antes de completar um ano. Depois veio Epheoma, que também partiu cedo demais. E assim continuou: bebê após bebê, nascimento seguido de morte, esperança seguida por luto. No total, seis meninas, todas lindas, todas levadas cedo demais.

A dor e o julgamento foram implacáveis. A sogra e as cunhadas a chamavam de maldita. Ebuka, antes amoroso, tornou-se frio, até que um dia a expulsou de casa. “Já tenho outra esposa,” disse ele com a mesma frieza com que se troca de roupa. Amaka, com os olhos secos e o coração em pedaços, voltou para a casa do pai com apenas um punhado de roupas e sua dignidade despedaçada.

Mesmo ali, onde deveria encontrar paz, ela mal respirava. O luto era tão profundo que parecia parte de sua pele. No entanto, o tempo passou, e certo dia no mercado, um homem chamado Ayod cruzou seu caminho. Gentil, sorridente, ele a tratou com cuidado e amor verdadeiro. Com o tempo, se casaram. Amaka engravidou novamente. Dessa vez de um menino, Obina. Mas o destino foi cruel mais uma vez — antes de completar um ano, Obina faleceu. Depois veio Chisum, depois Ngozi. Todos eles, como os outros, morreram cedo demais.

Depois da morte de Ngozi, Ayod também a rejeitou, acusando-a de carregar tristeza demais para dentro de casa. Amaka, silenciosa, juntou seus poucos pertences e, novamente, retornou à casa do pai. Mas não era mais a mesma. O brilho nos olhos tinha desaparecido. Ela existia, mas não vivia.

Foi então que a tia Kunda, sempre ao seu lado, propôs algo diferente. Uma visita a uma velha curandeira chamada Mama Nana, que vivia no extremo da vila. “Talvez haja uma maldição, minha filha. E talvez possamos quebrá-la.” Amaka, pela primeira vez em muito tempo, aceitou com um leve aceno.

A velha mulher confirmou: sim, havia uma maldição sobre os filhos de Amaka. E sim, havia uma forma de quebrá-la. A instrução era simples, mas intensa: o próximo bebê deveria ser banhado com sangue de cabra duas vezes por dia, todos os dias, até completar nove anos.

A esperança renasceu.

Amaka conheceu Kletchi, um construtor que veio ajudar na escola da vila. Quando soube de toda a história, ele não fugiu. Pelo contrário, ergueu um curral ao lado da casa e começou a criar cabras. “Esses bichos não são só animais. São guardiões da vida do nosso filho,” disse ele.

Amaka engravidou. Tomou as ervas dadas pela curandeira. Orava todas as noites. E quando a criança nasceu — uma menina — começaram os banhos com sangue de cabra. O nome dela foi Amarachi, que significa “Graça de Deus”.

Amarachi completou um ano. Depois dois. Depois cinco. Depois nove. A cada aniversário, Amaka chorava — mas agora, de alegria. Quando chegou aos 11, Amarachi ainda estava viva, saudável e feliz. A maldição, enfim, tinha sido quebrada.

Depois de Amarachi, vieram outros filhos: Uche, Chamaka e Abu. Todos vivos. Todos correndo pelo quintal, brincando com as cabras, rindo, gritando, sendo simplesmente… crianças. A casa de Amaka, antes silenciosa e triste, agora ecoava gargalhadas, passos apressados e histórias infantis.

Hoje, quem passa por sua casa vê roupas de crianças no varal, brinquedos no chão, e ouve cantigas de ninar misturadas com a brisa. Ninguém mais sussurra que Amaka é amaldiçoada. Ela é lembrada como a mulher que venceu a dor com amor, que enfrentou o impossível, e que mesmo com o coração partido tantas vezes, seguiu em frente até conquistar a alegria que tanto merecia.

E você? Consegue lembrar quantos filhos Amaka perdeu antes que a bênção chegasse? Qual acha que foi a origem dessa maldição? Compartilhe sua opinião e fale com o coração — essa história é para ser sentida, não apenas lida.