O que parecia mais um escândalo passageiro de internet pode se tornar um divisor de águas no universo digital. Um processo aberto em Goiânia no dia 9 de julho de 2025 está mexendo com as estruturas do mundo dos influenciadores. Deolane Bezerra, Virgínia Fonseca e Carlinhos Maia estão sendo acusados de induzir seguidores a apostarem em plataformas online de jogos — e o prejuízo causado por essa suposta influência chega a R$ 560 mil.

A denúncia partiu de um seguidor que afirma ter perdido essa quantia ao longo de um ano, motivado por publicidades e lives promovidas por essas três celebridades da internet. Segundo o autor do processo, ele foi atraído pelas promessas de ganhos fáceis e seguros, feitas de maneira sutil e sem qualquer tipo de alerta sobre os riscos envolvidos. Agora, ele pede indenização por danos morais no valor de R$ 20 mil, além da restituição integral do montante perdido.

Mas a pergunta que divide opiniões é: até que ponto um influenciador digital pode ser responsabilizado pelas escolhas financeiras de um seguidor?

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O caso não para por aí. Além dos influenciadores, o processo também envolve três instituições bancárias — ainda não identificadas publicamente — que teriam permitido transações elevadas sem qualquer tipo de bloqueio ou alerta. Para o autor, houve falha conjunta: tanto dos influenciadores por promoverem o jogo sem responsabilidade, quanto dos bancos por não limitarem os envios de grandes quantias.

O impacto disso vai muito além de um simples processo judicial. A ação coloca em debate o poder de persuasão dos influenciadores digitais e o limite entre sugestão e manipulação. “Eles não apenas indicaram um produto, mas pintaram um estilo de vida, prometeram sucesso financeiro e segurança emocional, tudo disfarçado de entretenimento”, diz um dos trechos do processo.

Deolane, por exemplo, é conhecida por sua linguagem direta e presença marcante nas redes. Virgínia é vista como referência de maternidade e estilo de vida familiar, enquanto Carlinhos Maia construiu sua carreira baseada em humor e carisma popular. Juntos, somam dezenas de milhões de seguidores — e, segundo a denúncia, isso teria sido usado como ferramenta de influência irresponsável.

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Mas há quem discorde. Parte do público afirma que cada um é responsável por suas próprias decisões. “Ninguém é obrigado a apostar. Se fez isso, foi porque quis. A culpa não é de quem divulgou, mas de quem apostou sem pensar”, comenta um usuário em uma publicação sobre o caso.

No entanto, especialistas em direito digital alertam que o caso pode abrir precedentes importantes. A legislação brasileira prevê que qualquer publicidade deve deixar claro seus riscos e intenções — principalmente quando envolve dinheiro. Se for comprovado que houve omissão ou indução disfarçada, os influenciadores podem sim ser responsabilizados.

E não para por aí. Se condenados, esse caso pode gerar um efeito dominó em todo o setor de marketing digital. Parcerias com plataformas de apostas podem se tornar juridicamente arriscadas, exigindo mudanças drásticas no formato de anúncios, exigência de disclaimers (avisos obrigatórios) e maior transparência nas divulgações.

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Outro ponto delicado é o papel dos bancos envolvidos. A acusação é de que as instituições permitiram, de forma negligente, transferências de alto valor sem notificação, limites ou verificação de segurança. Caso a Justiça acate essa parte do processo, pode surgir uma nova discussão sobre o papel das instituições financeiras na proteção do consumidor digital.

A situação ainda está longe de ser resolvida. Nenhum dos influenciadores se pronunciou oficialmente até o momento. O silêncio só aumenta a curiosidade do público e levanta ainda mais teorias sobre o que realmente aconteceu nos bastidores.

Para alguns, o processo é exagerado. Para outros, é o início de uma justiça mais consciente no ambiente digital. O que ninguém discute é que estamos diante de um momento-chave: ou haverá uma mudança profunda na forma como se faz publicidade na internet, ou tudo acabará em mais um escândalo esquecido com o tempo.

E você? Acredita que os influenciadores devem ser responsabilizados por esse tipo de conteúdo? Ou acha que a responsabilidade é totalmente pessoal, de quem escolhe seguir, ouvir e agir conforme o que vê nas redes?

O caso ainda vai dar muito o que falar — e promete deixar marcas profundas em um setor que, até hoje, operava quase sem limites. Seja qual for o desfecho, a pergunta permanece: estamos preparados para uma internet com mais responsabilidade?